E lá estava ela, em mais um noite na taverna. Bebia com três desconhecidos, Stuart, Willian e Vince, que lhe contavam notícias sobre a sua velha cidade e alguns de seus contos. Todos eram muito atraentes, e tinham o mesmo tipo físico, que lhe chamava a atenção. O sorriso irônico de Stuart era tão cativante quanto o jeito quase obsessivo que Vince batucava em sua mesa. Mas nada era tão bonito, tão aflitivo quanto os escuros olhos de William. Algo neles a fazia perder a confiança e se sentir como se fosse uma criança de novo. Sentimento que, mesmo fazendo-a se sentir inferior, lhe proporcionava uma sensação de conforto e pureza que desconhecia.
Eram 4 horas da manhã e ela se viu em uma divertida discussão sobre as igrejas da França (ou seriam as praias de Portugal?) com Vince e William, quando este passou mal. Ela ajudou Vince a levar o amigo em casa e, após isso, como nada parecia má idéia, aceitou seu convite para passar a noite em sua casa. Ela sempre pensava em casas como uma extensão da personalidade de seu morador, e julgando por esse quesito, a casa dele parecia irritantemente organizada e sem imaginação. Como se ali morasse um padre, e não um poeta.
Ele a apresentou o seu escritório, porém como estava bêbada demais, acabou derrubando folhas soltas de seu novo poema. "Cuidado para não estragar tudo!", ele quase gritou. Violet apenas bocejou. Céus, como ele a estava entediando. "Gostaria de ir a algum lugar em que você não poderia quebrar nada?", ele perguntou. Ela apenas grunhiu em resposta, e o seguiu até o quarto. Nossa, como ele era entediante. Ela deve ter cochilado pelo menos duas vezes durante o ato. Antes de sair, ela lhe perguntou se havia algo pelo qual ele morreria.
"Pela arte", ele respondeu. "Bela resposta" ela disse, mesmo achando que era a pior frase genérica e cliché jamais inventada. Fechou a porta da casa, deu uma olhada em volta, e a casa lhe causou arrepios. Não se sabe se o motivo de sua morte foi mesmo a arte, mas uma semana depois, ele se matou. Pelo que se dizia, a causa foi uma simples e não-romantizada loucura causada pelo tédio.
Thursday, 8 January 2009
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